Dia B com a aterragem na blogosfera, tendo como poiso O Teatro de Emma Santos:
Emma recomeça, um dia mais, mais um dia, sozinha... sozinha com o silêncio dos outros... sozinha com a solidão dos outros. A sós com as palavras, exaspera perante o grito que não soa mais, um grito silenciado pelo tempo.
Enquanto espectadora renuncia à realidade dual, a realidade exterior do primado normalizante das pessoas crescidas e a realidade interior dos afectos de mulher-criança. Onde jaz o sentido e a fúria de viver tudo uma e outra vez?!?
Resta a loucura de palavras e de desejos feita... resta o encontro com essa «mulher alta, inchada pelos medicamentos, semi-nua, só com um roupão de nylon acolchoado às flores roxas ou cor de rosa». Resta esse reencontro com o corpo desabitado e a alma ausente, sob o olhar do outro.
Pela mão de Emma, decifrar o mundo é suspender um presente imerso na consciência pela diferença, um ser cinzelado que eiva fantasmagoricamente e que avança mascarado.
E o que resta?
Recomeçar, um dia mais, mais um dia, sozinha... sozinha com o silêncio dos outros... sozinha com a solidão dos outros.
Até já.
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