15 de outubro de 2008

«Hei-de ver-me na escrita para não morrer»

Dia B com a aterragem na blogosfera, tendo como poiso O Teatro de Emma Santos:


Emma recomeça, um dia mais, mais um dia, sozinha... sozinha com o silêncio dos outros... sozinha com a solidão dos outros. A sós com as palavras, exaspera perante o grito que não soa mais, um grito silenciado pelo tempo.

Enquanto espectadora renuncia à realidade dual, a realidade exterior do primado normalizante das pessoas crescidas e a realidade interior dos afectos de mulher-criança. Onde jaz o sentido e a fúria de viver tudo uma e outra vez?!?

Resta a loucura de palavras e de desejos feita... resta o encontro com essa «mulher alta, inchada pelos medicamentos, semi-nua, só com um roupão de nylon acolchoado às flores roxas ou cor de rosa». Resta esse reencontro com o corpo desabitado e a alma ausente, sob o olhar do outro.

Pela mão de Emma, decifrar o mundo é suspender um presente imerso na consciência pela diferença, um ser cinzelado que eiva fantasmagoricamente e que avança mascarado.


E o que resta?

Recomeçar, um dia mais, mais um dia, sozinha... sozinha com o silêncio dos outros... sozinha com a solidão dos outros.


Até já.
( )s

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...