Acendo a luz num quarto escuro; é um facto que o quarto iluminado já não é o quarto escuro, que perdi para sempre. E no entanto: não será ainda o mesmo quarto? Não será o quarto escuro o único conteúdo do quarto iluminado? Aquilo que não posso ter, aquilo que, ao mesmo tempo, recua até ao infinito e me empurra para diante, não é mais que uma representação da linguagem, o escuro que pressupõe a luz; mas se renuncio a captar esse pressuposto, se volto a atenção para a própria luz, se a recebo - então aquilo que a luz me dá é o mesmo quarto, o escuro não hipotético. O único conteúdo da revelação é aquilo que é fechado em si, o que é velado - a luz é apenas a chegada do escuro a si próprio.
Amálgama de palavras, sons e imagens em busca de dias sempre leves ou escreve um poema e bebe um copo que isso passa
‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson
‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...
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A mesma folha. De um lado, analisar, do outro – eu. Mas o lado primeiro também eu. Outro eu. E o que vacila entre os dois lados (que não é ...
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Não me conformo com a ideia de vivermos aqui, cada noite ancorada num porto diferente... Quero uma casa. Preciso de ver pessoas. Quero volta...
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falaste? turvaste a água! é morte de homem? a que cheira então? isso que fede é o cheiro da injúria, da afronta da escória da memória. falas...