Um dia, cheguei a casa depois das compras e encontrei-te a filmar formigas e livros. Só consegui dizer que o teu estado esquizofrénico tinha galopado. Aliás, a filmagem das formigas poderia bem ser uma alusão mais do que metafórica ao facto de que pouco tempo nos restava e que, até certo ponto, é preferível ser microscópico, quase invisível, do que viver uma mentira que todos presenciam mas que recusam ao ponto de ser impossível voltar atrás.
E se eu pudesse como seria, como seria viver e reviver tudo mais uma e outra vez? Estarias tu presente para me acompanhar nesta viagem de angústia e de vómito fecundante?