4 de junho de 2009

Para o Avô Tone

O último post que publiquei ganhou vida e, de facto, não tive tempo para escrever a história do meu avô. A casa está mais vazia e as saudades apertam mas as memórias estão em mim!

Para quem não conheceu o avô Tone, ele adorava viver, sorrir, contar anedotas malandrecas e adivinhas, andar de bicicleta, beber o seu copito e, nos momentos de inspiração, cantar o fado! Não me esqueço da vez que fomos a Espanha e nos unimos, ele para beber e escapar à censura da minha avó, eu para fumar e escapar à censura dos meus pais. Depois, é também inesquecível a ida à Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Durante a viagem falou-me das suas façanhas sexuais e, quando o deixei para tratar de burocracias, lá foi contar anedotas para o bar dos alunos.

Uma amiga deu-me um texto no dia da separação física, do qual transcrevo o seguinte excerto:

A vida significa tudo o que sempre significou.
É a mesma que sempre foi.
Existe uma inquebrantável continuidade.

Devo eu, só por não ser visto, estar ausente do pensamento?

Estou à tua espera. Num intervalo.
Aqui bem perto.
Mesmo ao virar da esquina.

Por isso, avô, só podia rematar esta mensagem com uma adivinha e desculpa se estou a contar mal: estão duas mulheres na rua à chuva. Que horas são? Falta um quarto para as duas!

Até já avô.
Beijo imenso

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‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...