24 de fevereiro de 2010

É com um certo saudosismo que recordo as cantigas de escárnio e maldizer. Alguns poderiam retorquir «lá vem o bacalhau seco mas balofo, retorcido e amargo relembrar antigos dissabores». Mas não! Apenas me limito a constatar os factos e, como tal, a mais não sou nem serei obrigada.

Na senda das premissas sociológicas da incursão empírica, tendo como guru Machado Pais, optei por nomes fictícios a fim de salvaguardar o anonimato público das personagens [espero que a Academia me permita o uso da primeira pessoa do singular em detrimento da inconsequente «nós»]. De salientar, também, que segui regras estritas e restritas de transcrição do discurso deste informante privilegiado. Nem sempre é fácil escolher o cromo [vulgo interlocutor] a ilustrar nesta rubrica. Depois de alguns milésimos de segundos de reflexão, tal escolha afigurou-se-me evidente:


Olá, olá a todos [pausa para beijar duas crianças e acenar a duas velhinhas] … não sei se estão recordados de mim e das minhas trocas e baldrocas políticas. É que no X não me safava e talvez no Y consiga angariar mais fãs, se bem que a monarquia pareça mais promissora, quem sabe... Também não é fácil entre directos na TV e viagens à minha terra, conciliar com o gancho/tacho/biscate académico mas tento.

Quando preparo as aulas não sei muito bem por onde começar. Leio as obras? Decoro os sumários? Hum, remeto para os meus livros publicados por uma editora de renome? Bom, a bem dizer eu não tive muito tempo para me debruçar sobre estas questões mas reuni algumas notas que tomei a liberdade de preparar em minha casa com um mês de antecedência e que decorei após 48 horas de quarentena no meu gabinete [obviamente com pausas justificadas para beber 5 sumos, comer 10 pastéis com creme e tomar 7 cafés com adoçante]. Que acham, cito um poeta, Bourdieu ou retomo o jargão sociológico que a bem dizer tudo diz e nada contém em si mesmo?

Um dia de cada vez e não renuncies, renunciar é fácil, talvez em nome do Y, logo se vê...

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...