6 de maio de 2009

Retratos de uma Sibila decadente (III)

A Sibila tinha como alguns amigos os livros, as estórias e as suas personagens. Num universo masculino e intrinsecamente sexista, cedo descobriu a Simone de Beauvoir e os seus ditames de emancipação. Admirava-a profundamente! Talvez tenha sido sempre esse o seu erro, admirar personagens e elevar-se a um estado de fascínio que a castravam de pensar e de agir. E depois havia sempre o reduto da poesia, o estado da poiesis e a tragédia de vidas que desembarcavam no terminal da morte voluntária. Quando leu O Baú de Isabel Marie levou semanas a digerir o feito de como a escrita poderia potenciar essa libertação de todo e qualquer agoiro terreno. Mas há que agir e trabalhar, o tempo urge, o relógio comanda, a sociedade exige contrapartidas, há que seguir os trilhos da «normalidade» e alcançar o que todos querem.

E a Sibila, mas o que quer ela afinal? Alguém quis saber?

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...