18 de novembro de 2020

 

Ninguém motiva ninguém, ninguém se motiva sozinho…’

Paulo Freire

Quando olho para trás, sinto saudades de ser criança, o Eu e o Outro.

Tudo era mais simples e com menos solicitações.

Lembro os bancos da escola, o porta-moedas de prata da Professora, o casaco de peles e o batom vermelho. Ficava fascinada e dizia: ‘um dia quero ser assim’...

Recordo, ainda, a sofreguidão com que desfolhava o dicionário de língua portuguesa e a alegria dos livros com cheiro a novo no início de cada ano letivo! Ok, também gostava da sandocha (milimetricamente perfeita) de queijo e marmelada da Avó Sílvia e do meu perfume em forma de ovo da ‘Avon’.

Eram as minhas referências. Mais tarde fui socorrida pelo ovo Kinder e Slavoj Žižek.

Os sonhos de criança são simples ou parecem ser, para quem cumpre o papel de outsider.

Hoje, é cada vez menos fácil crescer criança. Há atividades e mais atividades, há papéis e expectativas a mais e falta tempo para o essencial.

Por aqui, tenta-se cultivar o mote ‘tempo para ter tempo’ e despir algumas roupagens.

Há tempo para (quase) tudo…. Descansar, brincar, estudar, olhar para o teto, ver as estrelas, sorrir… No limite, aprender a aprender!

Obs: Fausto, há recados? E trabalhos de casa? A máscara já foi para o lixo? E álcool gel, ainda tens? E o teste de matemática? Ops… ‘Tempo para ter tempo’ e deixar o papel de mãe funcional…

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...