12 de novembro de 2009

Ao revisitar o livro de Luc Ferry e Jean-Didier Vincent sobre «O que é o Homem?», numa tentativa de concertação dos fundamentos bio-filosóficos, prontamente divago para as previsões de Saramago ou para a «pincelada de zarcão» de mais a menos infinito de Gedeão.

A propósito do homem e das vivências em sociedade, fico com os pêlos, os que remanescem por erradicar, solenemente eriçados quando se menciona essa figura obscura e híbrida, de seu nome «cientista social».

Nos corredores da faculdade reproduzem-se quadros teórico-conceptuais e metodológicos e evoca-se, por vezes, a máxima de Kurt Lewin de que não existe nada mais prático do que uma boa teoria. Somos apresentados aos formalismos e às regras que balizam todas as nossas ideias expressas, por conselho, na terceira pessoa do plural, pois não nos compete formular ou esboçar o que quer que seja no «Eu». Neste quadro são escassíssimos os professores que se perspectivam como meros facilitadores do processo de aprendizagem e que fomentam uma leitura crítica dos factos sociais.

Por isso, quando descortino alguns comentários alusivos aos arautos da cultura ou aos guardiães do conhecimento, trata-se de um vício de formação. As aporias perduram: há quem fique preso a quadros teóricos para escamotear a sua ignorância e há quem os recuse paradoxalmente para invocar a sua ignorância fruto de (des)amarras formais e arreigar-se ao auto-didactismo.

Mantém-se o repto de Einstein de que mais importante do que o conhecimento é a imaginação…

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...