14 de janeiro de 2010

Uma das ditaduras mais subliminares é, decerto, a que é imposta pela publicidade. Anteriormente, mencionámos o corpo e a publicidade dita arquétipos, preceitos de «beleza» e medidas antropométricas ideais e idealizadas, ao mesmo passo que divulga produtos e bens que as (de)formam. As mensagens apelam aos sentidos, afectos e pertenças simbólicas.

Recentemente foi noticiado que deverá cessar a publicidade alusiva a determinado tipo de alimentos e direccionada, sobretudo, ao público infanto-juvenil, dada a epidemia da obesidade que grassa na sociedade portuguesa. Talvez se estranhe a ausência de tais mensagens mas, certamente, o consumo desses bens continuará a entranhar-se. Trata-se de um meio difuso na construção e imposição de gostos e consumos, mas não podemos confinar a intervenção a este nível. A obesidade que afecta cada vez mais crianças e adolescentes não tem no meio publicitário o único bode expiatório. Urge uma resposta sistémica, o que equivale a abordar os estilos de vida correntes, a construção social dos gostos, a escola, entre outros, sem descurar o famigerado sedentarismo dos tempos livres de televisão, videojogos e Internet feitos.

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...