18 de março de 2009

Diário de Uma Estrela (de)Cadente (II)

Hoje, ainda tentei ligar... mas tive receio de ser mal interpretada. Já deves saber que amanhã é Dia do Pai mas, como és estéril e a adopção não é ponderável, achei melhor remeter-me ao meu web-diário. De facto, as coisas não correram nada bem quando disseste: "que viste nos meus braços?" e eu retorqui: "pois, são fraquinhos, come papas e vai para o ginásio". Ainda insististe: "a minha pila é pequenina" e eu salvaguardei: "não há nada como um implante peniano". Mas era tarde demais! Tinhas que apanhar a carreira para Vila Verde e eu tinha que preparar o seminário. Desculpa, mas a vida académica não se compadece com as tuas dúvidas existenciais. Os meus alunos também não ajudam em nada pois não adquirem a bibliografia obrigatória, aquela em que eu colaboro e sempre tenho direito a alguns pontos percentuais como revisora e co-autora. Sempre considerei que a melhor lição seria uma espécie de Lição Sobre a Lição. Ainda me indago como é que eles não conseguem memorizar as citações, inclusive vírgulas, parágrafos e páginas. Obviamente, isso é pedagógico pois incita ao sonambulismo intelectual e às massas referenciais. Ortega y Gasset ficaria orgulhoso dos meus objectivos individuais. Tal como daquela vez, em que eu a Mimosa compartilhávamos o gabinete e fomos surpreendidas pelo investigador de Rio Grande do Sul ou do Sur? Tínhamos acabado de acender o cachimbo da paz e... ela ainda conseguiu apagar o cigarro e eu profundamente intrigada, como é que esta mulher engoliu o cigarro? Eu toda atrapalhada, a pensar como imitar o Luís de Matos, esconde o cigarro, troca de mão, abafa o fumo, enfim...

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...