29 de abril de 2009

Retratos de uma Sibila decadente (II)

Sabes, às vezes tenho saudades de mim, quando era mais doce e utópica, quando cheguei a pensar que tudo era possível... mas esqueci-me de mim e, agora, quando vejo um espelho temo-o, receio encará-lo e ver o reflexo do Nada.

E tu ali estavas, aparentemente sereno e sensato à guisa de novos talentos, de novas diversões e desafios que te devolvessem a noção emprestada mas gasta da juventude.

Sabes do que eu gostei mesmo? Daquele desenho em que me sinto Eu, os cabelos negros a repousar no sofá dos teus dedos e no teu olhar terno. Se te amasse diria que sou a tua mulher mas eu busco corpos para me saciar. Para mim, há corpos, não são seres, são corpos que busco para devassar a minha miséria, arrancar algum sopro de prazer e logo abandoná-los pois corrompem e sucumbem ao peso do tempo. Eu anseio pela leveza dos dias e das noites que me perseguem e invadem!

‘Esperança’, essa coisa de penas feita | Emily Dickinson

‘Esperança’, essa coisa de penas feita – Que assenta na alma – E trauteia a melodia sem quaisquer palavras – E nunca pára, de forma al...